feitos pela familia da D Neuza, uma cearense que com garra e muito trabalho faz renda e vende lá na feira , segundo ela, aprendeu com três anos de idade e a família toda é rendeira, ela já é a quarta geração e já tem netos e talvez bisnetos, um pouco arredia quando indagada se ensina a arte ,respondeu que detesta ensinar...paciência só com os birros e os fregueses da feira.Mesmo assim não pude deixar de adquirir esses primores...volto lá porque fui impelida a escolher pelos pontos e não observei o acabamento acredito que não foram feitas por ela, pois, como a vi tecendo o ponto traça e elas estavam perfeitas!
Estudando um pouco mais sobre o tema dá pra entender o que acontece com essas humildes rendeiras, D Neuza é arredia porque deve ter sido muitas vezes passada pra trás, sustenta a família com seu trabalho, saiu do Ceará e veio pra São Paulo se submetendo a cidade grande e tentando tirar algo dela, acredito que perde em qualidade de vida mas, essa qualidade não se aproveita se não há recursos.
Quanto ao segredo do ofício começo a entender que funciona como uma sociedade secreta, é um segredo passado via oral de mãe pra filha...há motivos que apenas uma família faz e nunca ensinam pra outras pessoas que não da família.
No blog do omirendero.blogspot.com, há muito material de estudos e teses de pessoas que foram ver de perto como funciona está tudo descrito, os sentimentos e ameaças que se inserem na produção do ofício. A importância desse material é tão relevante que nos brasileiros(as) tínhamos que nos apropriar desse conhecimento para evitar que caiam na mão de estrangeiros como fazem com a bio-pirataria que surrupiam nossos produtos e patenteiam como se fossem deles é uma questão tão séria que d.Neuza é apenas o laço mais fraco desse sistema.